Já era possível sentir uma aura diferente em torno do painel de sábado da Sony Pictures na Comic Con Experience desde a Spoiler Night na quarta-feira, quando os primeiros visitantes do evento viram no estande do estúdio uma seção dedicada ao filme do Venom. Se em outros anos a empresa apenas testou águas (como em 2016 quando mostrou com exclusividade ao público do auditório Cinemark meros dez segundos do trailer de “Homem-Aranha: De Volta ao Lar”) em 2017 ela veio com tudo para a CCXP, ainda que de forma sorrateira: a princípio, a grande atração de sua apresentação seria a presença do ator e músico Nick Jonas e, em menor grau, do produtor Jason Blum.
Não foi muita surpresa, então, que o salão principal da feira tenha praticamente se esvaziado e renovado seu público entre o fim das apresentações da Disney e do começo do da Sony, um intervalo de uma hora e um painel (o centrado em Danai Gurira, a Michonne de “The Walking Dead”) que se provou crucial demais para muita gente que madrugou na fila. Era a prova de que a Sony estava preparada para fazer uma ação sem precedentes na curta história da CCXP para vender seus filmes, além de pegar desprevenido quem acreditava que o ápice do dia ia ser o trailer estendido exibido na Comic-Con de San Diego de “Vingadores: Guerra Infinita”.
Depois de um rápido recado de Genndy Tartakovsky e a exibição do trailer já lançado de “Hotel Transilvânia 3: Férias Monstruosas”, as luzes do auditório se apagaram repentinamente e ficaram uns bons dez segundos desligadas. O público estourou em alegria quando o suspense revelou-se ser feito para o painel da animação do Homem-Aranha de Miles Morales produzida pela Sony Animation, que teve o título (“Homem-Aranha no Aranhaverso”) e o primeiro trailer divulgados na CCXP, confira a prévia abaixo.
O público já estava em estado catártico quando veio o anúncio de que Phil Lord e Chris Miller, os diretores da animação e responsáveis pelos dois “Anjos da Lei”, foram anunciados de surpresa no painel, o primeiro anúncio do tipo na história do evento. Ovacionados, a divertida dupla logo fez piada dizendo que só haviam vindo para ver Nick Jonas e que tinham passado no Mercadão antes para comer toneladas de mortadela.
Proibida de ser filmada ou fotografada, a conversa com os diretores foi bastante produtiva. Os cineastas revelaram que toparam entrar no projeto com a condição de que seria protagonizado por Miles Morales e não Peter Parker e de que a animação seguiria um molde mais fiel aos quadrinhos, cujas artes os interessavam por sua beleza estilizada e dinamismo na ação em painéis. Miller disse que esse desejo só conseguiu ser realizado graças à equipe da Sony Animation, que conseguia fazer de cada frame do longa “um desenho próprio”.
Entrando no filme em si, a dupla revelou que a história se passa em um universo diferente daquele visto nas produções da Marvel Studios e que trata do primeiro grande desafio de Miles enquanto super-herói. Peter Parker existe neste mundo, mas diferente de sua contraparte jovem no live-action ele está mais adulto e precisa servir de mentor ao protagonista. “É um grande filme de ação, mas Miles é um cara engraçado” disse Lord, que depois afirmaria que o filme é “sobre pessoas comuns que salvam o mundo e não quem foi escolhido para tal” e que a dupla espera que essa mensagem se reflita no público.
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